Profissionais de saúde

Uma primeira ocorrência de pressão arterial alta acima de 140/90 mmHg, medida repetidamente, ou uma pressão arterial cada vez mais difícil de controlar pode ser um sinal precoce de doença renal.

De acordo com uma visão geral publicada em 2021 no Lancet¹, globalmente 1/3 de todos os homens e mulheres adultos têm pressão arterial alta. A pressão arterial alta é silenciosa. No entanto, em 2019, quase metade das pessoas afetadas em todo o mundo não sabiam que tinham pressão arterial alta, sendo mais frequentemente homens do que mulheres. E daqueles que sabiam da sua condição, apenas 47% das mulheres e 38% dos homens receberam tratamento. Menos da metade alcançou pressão arterial normal com o tratamento, por isso no geral apenas 23% das pacientes do sexo feminino e 18% dos pacientes do sexo masculino estavam sob controle adequado da pressão arterial.

A pressão arterial alta é responsável por 8,5 milhões de mortes conhecidas por ano, em todo o mundo, devido a doenças vasculares e renais.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), 463 milhões de adultos - um em cada onze - viviam com diabetes em 2019. O número de pessoas vivendo com diabetes deve aumentar para 578 milhões até 2030. 232 milhões de adultos com diabetes permanecem sem diagnóstico. A maioria tem diabetes tipo 2. Se não tratados a tempo, eles correm o risco de sofrer acidentes vasculares cerebrais, cegueira, amputação e insuficiência cardíaca e/ou renal.

Portanto, a prevenção e a detecção precoce da diabetes tipo 2 são de suma importância.

Cerca de um terço das pessoas com diabetes tipo 1 (início na infância) e 4 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 (início na idade adulta) acabarão por sofrer de doença renal. Numa meta-análise, observou-se um risco 6 vezes maior de desenvolver insuficiência renal que requer terapia substitutiva renal em pessoas com diabetes do que naquelas sem diabetes.²

Num estudo alemão, 89% dos indivíduos com diabetes foram diagnosticados com DRC estágio G2 ou superior, mas apenas 2,2% daqueles com diabetes tipo 1 e 0,5% com diabetes tipo 2 estavam no estágio G5 da DRC ou necessitaram de diálise.³ Muitos morrem durante a progressão da doença renal devido a causas cardiovasculares. Na verdade, a combinação de diabetes e DRC está fortemente associada a complicações cardiovasculares e a uma maior morbilidade e mortalidade (KDIGO 2012 clinical practice guideline).

A creatinina sérica é o marcador para medir a função renal. Na doença renal, devido à diminuição da capacidade de filtragem renal, produtos residuais como a creatinina e a ureia acumulam-se no sangue. Níveis mais altos destes produtos finais metabólicos denotam níveis fracos de função renal. Uma vez que a creatinina é formada nos músculos, a quantidade de creatinina no sangue depende da massa muscular e do trabalho muscular. O valor normal é 0.8 - 1.2 mg/dl ou 70 - 106 µmol/l.

A taxa de filtração glomerular (GFR) pode ser estimada a partir da creatinina sérica usando uma equação. Similarmente, representa um valor adicional para avaliar a função renal e a severidade da doença. A filtração glomerular é o volume filtrado pelos glomérulos dos rins num determinado tempo. O valor normal é de 90 a 130 mililitros por minuto. Assim, um rim saudável filtra pelo menos 90 mililitros de urina primária do sangue por minuto. A GFR é comumente usada na prática clínica diária e a equação leva em conta a idade e o gênero.
Estes valores laboratoriais permitem uma fácil avaliação da função renal.

Além dos valores sanguíneos, os valores da urina são também importantes para examinar a função renal e danos. Se a capacidade de filtração dos glomérulos estiver prejudicada, a proteína pode não ser mais retida no corpo e passa cada vez mais para a urina (proteinúria). Um componente das proteínas é a albumina.

Para avaliar o dano renal, a concentração de albumina na urina deve ser verificada. Em uma pessoa saudável, é menos de 30 miligramas por dia. Um teste rápido de urina - análise de urina ou teste de tiras de urina - para albuminúria alta (30-300 miligramas de albumina) pode fornecer o primeiro indicador de dano renal. No entanto, a concentração de albumina na urina depende da ingestão de líquidos. Para aumentar a precisão do teste, a concentração de albumina deve, portanto, ser relacionada com a concentração de creatinina na urina num teste laboratorial (razão albumina/creatinina). Indivíduos com diabetes, em particular, devem fazer testes regulares para albumina na urina para avaliar o dano renal.

A Sociedade Internacional de Nefrologia e a KDIGO lançaram o Toolkit para a Identificação precoce de DRC e Intervenção. É destinado a profissionais de saúde renal, bem como médicos de cuidados primários e enfermeiros.

Doença Renal: Melhorando os Resultados Globais é a organização global que desenvolve e implementa diretrizes de prática clínica baseadas em evidências em doença renal.

As diretrizes da KDIGO focam em tópicos relacionados à prevenção ou gestão de indivíduos com doenças renais. Recursos adicionais complementam as diretrizes, tais como apresentações, vídeos explicativos e webinars, bem como traduções das diretrizes.

A DGfN, em colaboração com a Associação de Médicos Hospitalares Seniores em Nefrologia (VLKN) e a Associação de Centros Renais Alemães (DN), recentemente preparou uma Diretriz visando a uma melhoria significativa da qualidade estrutural, assim como garantia de qualidade na aplicação de RRT intermitente e contínua em hospitais, que foi traduzida para o inglês pela ERA e que poderá se tornar um documento amplamente usado para apoiar a melhor qualidade de cuidados possível para os pacientes.

Esta diretriz, versão original em alemão, descreve os requisitos para o pessoal, a estrutura técnica e organizacional para uma implementação segura e de alta qualidade das diferentes modalidades de RRT em hospitais. Esta diretriz estende o "Padrão de Diálise" existente da Sociedade Alemã de Nefrologia para as áreas sensíveis de RRT em hospitais.

A SFNDT publicou um guia em inglês com recomendações para uma hemodiálise mais eco-responsável, preparado pelo seu grupo de trabalho «Green Nephrology». Este "Guia de Boas Práticas para Diálise Verde" propõe um conjunto de ações para reduzir o consumo de água, energia e produção de resíduos dos centros de diálise, mas também a parcela de gases de efeito estufa provenientes da viagem dos pacientes (3 sessões de diálise por semana) e da equipa.